A indústria do turismo capacita mão de obra local para recepção, hospedagem, treinamento de guias, cozinheiros, aulas de inglês e espanhol e num primeiro estágio o governo investiu na compra de motorhomes, que são casas sobre rodas. Entre o Rio Grande do Sul e o Amapá, existem campings a cada 200 km para recepcionar turistas do mundo inteiro.
As pousadas também recebem os viajantes e os motorhomes. O turismo ligado ao surf e aos esportes de vela atrai turistas do mundo inteiro. O projeto de campings se expande por todo o Brasil, que recepciona milhares de turistas. Empresas nacionais produzem modelos de motorhomes gerando empregos. As últimas estatísticas são de que o Brasil recebe 20 milhões de turistas anualmente e a receita com o turismo é de 30% do PIB.
Depois do Corona vírus, lembra? Os empresários brasileiros se uniram às startups, universidades, inventores, cientistas e governantes. O resultado foi a aplicação de projetos para o desenvolvimento de tecnologia local, o parque industrial foi reconstruído, os produtos são viabilizados de uma forma sustentável e compartilhada até o final de seu ciclo de uso.
Favelas não existem mais, todos moram em casas com acesso a água, saneamento básico, captação de água da chuva e energia alternativa, milhares de famílias retornam para o interior, pois o emprego e uma vida mais saudável está no campo.
É um dos países que menos exporta suas comomodities como ferro, alumínio, soja, café, carne bovina, tornou-se um dos maiores exportadores de produtos manufaturados com valor agregado do mundo.
Grandes debates resolveram as questões previdenciárias, tributárias e trabalhistas. O Brasil produz, com tecnologia nacional, todo material utilizado para a saúde pública. Erros do passado serviram como aprendizado.
As confecções e a indústria de calçado desenvolvem produtos duráveis e oferecem oficinas para que seus produtos possam ser consertados, evitando assim o descarte prematuro de seus produtos. O mercado de vestúario de segunda mão cresce de uma forma exponencial, grande parte da população entende que a felicidade não está no consumo de bens duráveis.
Circula nas ruas milhares de carros elétricos com tecnologia 100% nacional, o nome deste carro é GURGEL e existem vários modelos. São de tamanho médio e essenciais para diminuir a poluição, a depêndencia do petróleo e a falta de espaço nas grandes cidades. Todos que trocam seus carros pelos “GURGEIS” é contemplado com instalação de painéis solares em suas casas, além de abastecer o carro, toda energia excedente é utilizada na residência ou colocada na rede para distribuição.
O lixo orgânico é reutilizado nas próprias residências e em hortas comunitárias. O plástico é pouco utilizado, todo lixo é 100% reciclado.
O modelo empregado/empregador mudou, as empresas viram a possibilidade do trabalho à distância, produzindo da mesma forma e com seu quadro de colaboradores mais feliz do que em ambientes confinados. O tempo utilizado no transporte casa-empresa agora é utilizado para atividades recreacionais e físicas.
O Brasil é o país que menos emite receitas de anti-depressivos no mundo, poucos desenvolvolvem diabetes e hipertensão. Grande parte da receita com a saúde pública é investida em programas para o bem estar social, físico e mental.
Artistas de todas as áreas circulam pelo Brasil num projeto de disseminação artística como inclusão social. Por todos os municípios existem escolas de arte, fotografia, música, cinema e teatro.
Existem condomínios para a moradia e inclusão de idosos, grande parte dos trabalhadores destes condomínios são voluntários ou parente dos moradores.
O Brasil está tão legal que pessoas do mundo inteiro vêm aprender lingua portuguesa. Há escolas para estrangeiros por todo o país e o lucro é aplicado localmente. Durante o tempo de estudos, o estrangeiro também pode trabalhar com as comunidades e ter um desconto na mensalidade. São trocas culturais riquíssimas para a formação das crianças e da sociedade.
Grandes estradas da Amazônia foram transformadas em estradas parque, grupos de motociclistas do mundo inteiro começaram a frequentar o Brasil para percorrer estas rotas. Muitos viajam com suas motos mas também existe locadoras de motos grandes, as big trails, para quem vem de avião. Vôos internacionais tem como destino as cidades amazônicas.
Uma grande plataforma de turismo faz a conexão das estradas com os barcos regionais, levando o turista para visitar as comunidades do Rio Negro e Solimões.
A mesma estrutura utilizada para receber os motorhomes no litoral brasileiro foi desenvolvida para a recepção dos turístas amazônicos.
Populações indígenas e ribeirinhas são independentes financeiramente e com a receita do turismo de base comunitária, traçam seu próprio destino.
O escoamento das safras agrícolas e de carne para exportação produzidas no Centro Oeste, acontece pelas estradas da Amazônia até os portos de Miritituba e Santarém no Pará. A receita gerada pelo imposto pago pelos portos e pedágios é utilizado na manutenção da estrada, na construção de escolas para ribeirinhos e em escolas indígenas, que preservam sua língua e cultura.
As empresas de cosméticos e farmacêutica compram todo o estoque das cooperativas extrativistas da Amazônia, desde óleos essênciais até ervas medicinais.
O garimpo ilegal foi derrotado pela economia, ex-garimpeiros hoje ganham mais com a Amazônia “limpa” e com o turismo do que com trabalho escravo que eram submetidos pelos donos de barranco e de dragas. Todo o rio Tapajós e os igarapés são cristalinos, a concentração de mercúrio na água não existe mais. A nação Munduruku voltou a sorrir.
O Brasil entendia que a Amazônia era o limite da fronteira agrícola, o lugar que concentra a maior quantidade de microorganismos do mundo tem que continuar adormecida, uma pandemia poderia nascer ali se continuasse o desmatamento e comércio de animas silvestres. As queimadas, a destruição da Amazônia e de nossos biomas são matéria na escola, mas com imagens antigas, pois não existem imagens atuais.
O turismo ligado a produção do café brasileiro é considerado um dos mais versáteis do mundo, apreciadores e compradores visitam o Brasil para conhecer as regiões produtoras. Cidades do interior de Minas, São Paulo e Espírto Santo são referências mundiais na produção e na recepção do turismo ligado ao café.
A indústria náutica está a pleno vapor, muitos estaleiros e marinas foram construídos por toda costa brasileira, recepcionam o turismo náutico de pequenas embarcações. Velejadores do mundo inteiro visitam nossa costa e tem autorização para ficar até 3 anos velejando pelo Brasil. O turismo de mergulho autônomo e recreativo cresce junto com o desenvolvimento náutico e os clubes de canoa havaiana estão espalhados por todo litoral brasileiro.
Fernando de Noronha é refêrencia mundial de ilha auto-sustentável, toda energia tem geração solar e eólica, a ilha não exporta mais lixo e nem importa combustível, todos os veículos são elétricos. O antigo gerador termoelétrico virou um museu.
A sociedade brasileira é inspiradora, todos tem o mesmo foco, projetado numa vida mais saudável, consumo sustentável e compartilhado, o lazer é umas das prioridades. O país é uma grande classe média, a violência tem indíces baixos e é história do passado.
A interferência do governo na vida das pessoas é mínima. Existem mais de mil bancos e fintechs que oferecem seu produtos de uma forma justa, os juros cobrados Brasil são os mais baixos do mundo.
Opa!!! De repente comecei a sentir um puta calor e abri os olhos, o sol estava nascendo e batendo na minha barraca. Me expulsou literalmente deste sonho maravilhoso, tinha visitado todos lugares que conheci nestes anos de viagens e documentários e tudo tinha mudado.
Sai da barraca, sentei na mesa, abri o mapa do Brasil no computador e deu vontade de chorar, como podemos desperdiçar um país tão maravilhoso?
Doaria todo meu tempo para ajudar a criar um modelo de turismo no Brasil para motorhomes, motocicletas e esportes e com todos integrados com o turismo de base comunitária.
Toco Lenzi Devaneios de um sonhador Darwin | Austrália 14 abril de 2020 Covid-19 time.